Na tarde morna
presença ardida
além do Sol
e eu vencida
trilho em caracol
sem sair
ou voltar
pedindo para o tempo
parar
Cantar as mazelas
entoar as procelas
eleger elegias
olvidar alegrias
dar passos em falso
rumo ao cadafalso
gostar da desgraça
que fica e não passa
e vai prosseguir
Tal criança
no balanço
prá lá e prá cá
teu sorriso
me alcança
me faz flutuar
na lembrança
a esperança
me faz suspirar
viver sempre
tal criança
com as pernas no ar
Idealizadas ocasiões
pessoas, situações
leves fantasias
ocorrem à mente
todos os dias
Idealizados amores
explosivos em cores
fantasias paralelas
que quiçá vivamos
ou que sabe
sonhamos com elas
Auspicioso lugar
um jardim para sonhar
parar
refletir
enfim
um jardim para curtir
ouvir, sentir
assim
embriagada em jasmim
até esqueço de mim
no jardim
de flores
que sabem falar
e eu
faço o papel
de escutar
Quero minha canoa
atada
bem resguardada
em porto seguro
cansei do escuro
cansei de borrasca
não quero desgraça
nem fogo ou fumaça
tampouco alvoroço
ancorei minha vida
estou decidida
barco à deriva
iça ao destroço